Estava deitada, a ouvir música, enfim, a rotina habitual. Oiço o toque do msn, eras tu a iniciar sessão, deu-me um calafrio, permaneci imóvel e tudo me veio à cabeça: todos os beijos, todos os toques, todos os gestos carinhosos, todas as brincadeiras, todas as conversas parvas, todos os piropos fofinhos, todos os momentos imperfeitamente perfeitos, todas as acções ‘proibidas’ que fazíamos, tudo…
E assim fiquei, a olhar para um ecrã de um portátil, com medo que me dissesses algo, mas não disseste…
Suspirei de alívio, mas uma dor avassaladora preencheu-me o peito, afinal estava atenuada porém estava impaciente para que me dissesses um ‘olá’, queria significar algo para ti, queria pensar que perdeste o teu tempo a falar comigo. Estava a ser assolada de sentimentos contraditórios, por um lado alívio, por outro mágoa. A minha cabeça queria fazer o correcto, mas o meu coração desejava sempre mais e mais, levava-me a marchar por caminhos espinhosos, mas que me faziam feliz.
Foi triste aquele dia em que te vi, cruzámos olhares e fingimos que nem nos conhecíamos, foi decadente e repugnante, ao ponto que chegámos…
E pensar que foste o mais importante para mim, que foi por ti que me apaixonei verdadeiramente como nunca amei ninguém, que foi contigo que aprendi realmente o que era beijar com sentimento… A nossa noite, noite aquela em que te olhei nos olhos e senti que gostavas de mim e que te preocupavas, era tudo tão perfeito enquanto te tinha nos meus braços. Será que o amor me cegou e não deixou ver aquilo que realmente eras? Talvez fosse isso, destroçaste-me por dentro, senti-me inútil, usada, coleccionada… todavia não me arrependo de nada, fizeste-me crescer, aprender e seguir em frente. Deste-me os melhores momentos, momentos que talvez poucos consigam superar, fizeste-me verdadeiramente feliz e estou-te grata por isso!
Não te ponho a culpa toda em cima, ambos tivemos culpa, devíamos ter pensado antes de agir, eu devia ter usado a cabeça e tu devias ter dado ouvidos ao coração. Faltava-nos raciocínio e compreensão.
Odeio-me, em instantes, por não te ter expressado o quanto te amava, o quanto te queria junto de mim para sempre, o quanto te desejava pelos teus defeitos e qualidades, enfim… fui cobarde e assumo-o!
Há dias em que desejo chamar-te nomes, cuspir-te na cara, atirar-te com tudo o que me fizeste e espetar-te, metaforicamente, um punhal no coração, mas não o faço, porque percebi que faz parte do vosso instinto natural atraiçoar as mulheres.
Sei que agora estás a passar pelo mesmo que eu, amor não correspondido, só espero que percebas o que passei, o que chorei, quanta angústia passou pelo meu corpo.
Quero que sejas feliz, que tenhas o que mereces, que abras os olhos para a vida, que ames muito, que sejas correspondido, que tenhas sucesso, porque apesar de te culpar também reconheço que te devo muito do que sou hoje!
Eternamente em mim,
D'♥